domingo, 13 de março de 2016

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n A importância do Domingo de Ramos n

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações
A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho o símbolo da humildade e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como Aquele que vem em nome do Senhor. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.
Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.
Esses ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que esta é desvalorizada e espezinhada. Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Missa, lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.
O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. E nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo, mas sim na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai. A Missa do Domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus: Sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o Sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os maus-tratos causados pelas mãos dos soldados na casa de Anãs, Caifás; Seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, Sua condenação, o povo a vociferar “crucifica-o, crucifica-o”; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, Seu diálogo com o bom ladrão, Sua morte e sepultura.
A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade há nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse Domingo de Ramos! O Mestre nos ensina, com fatos e exemplos, que o Reino d’Ele, de fato, não é deste mundo. Que Ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas veio para derrubar um inimigo muito pior e invisível: o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la. A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre.
Muitos pensam: “Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador merece a cruz por nos ter iludido”. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado. O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja e, consequentemente, a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus, que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera como disse Bento XVI, “a ditadura do relativismo”. O Domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades e das facilidades, para nos colocar diante d’Aquele que veio ao mundo para salvar este mundo.

sábado, 5 de março de 2016

4º Domingo da Quaresma - "O FILHO PRÓDIGO"

 Volta do filho pródigo
Todos nós conhecemos a passagem de Lucas 15,11-32 que fala do filho pródigo. Todos nós somos ou fomos este filho que retornou a casa do Pai.
Mas se você ler com atenção esta passagem de Lucas, quem se destaca é o Pai e não o filho, pois o centro da passagem é o amor misericordioso do Pai (cf. Lc 15, 20b).
É esta atitude que Deus tem com cada um de nós todos os dias, ir ao nosso encontro, cobrir cada um de nós de beijos e dar seu coração misericordioso a nós.
Que Deus inflame nosso coração com sua misericórdia para tratarmos a nós mesmos e os outros com Misericórdia.
O filho não trocou a roupa ou tomou banho para ir ao encontro do Pai, mas foi do jeito que se encontrava, não escondeu a sua miséria ou a situação de pecador. Contudo se lançou nos braços do Pai com tudo que tinha.
O Pai não condenou, nem rejeitou, somente amou. Deus te trata assim, espera que você venha ao encontro Dele como você está; com a roupa suja de pecado, com a miséria que você vive.
A mesma atitude do Pai devemos ter para acolher os irmãos que virão e estão vindo ao nosso encontro. Não podemos exigir que eles estejam com roupa de festa para vir ao nosso encontro, mas somos nós que os vestiremos com roupa de festa, colocaremos anel e acolheremos com alegria.
A tua misericórdia, ó Deus, não conhece limites e é infinito o tesouro da tua bondade… (Oração depois do Hino “Te Deum”) e “Ó Deus, que revelas a tua onipotência sobretudo com a misericórdia e com o perdão…” (Oração do Domingo XXVI do Tempo Comum).
Já fomos filho pródigo e experimentamos a misericórdia. Hoje Deus te convida a levar a misericórdia a todos.

FONTE: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/volta-do-filho-prodigo/

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Material de apoio

n A origem da Quaresma n
A Quaresma foi inspirada numa grande catequese que a Igreja primitiva realizava
Dentre todas as solenidades cristãs, o primeiro lugar é ocupado pelo mistério pascal, porque devemos nos preparar para vivê-lo convenientemente. Por isso, foi instituída a Quaresma, um tempo de quarenta dias para chegarmos dignamente à celebração do Tríduo Pascal.
A origem da quaresma
A Quaresma, como prática obrigatória, foi instituída no século IV, mas, desde sempre, os cristãos se preparavam para a Páscoa com oração intensa, jejum e penitência. O número de quarenta dias tem um significado simbólico-bíblico: quarenta são os dias do dilúvio, da permanência de Moisés no Monte Sinai, das tentações de Jesus. Guiados por esse tempo e pelas práticas como que guiados por uma bússola , buscamos os tesouros da fé para crescer no seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo” (Cf. Joel 12, 12-13).
Este tempo de quarenta dias foi inspirado numa grande catequese que a Igreja primitiva realizava. Ela durava quarenta dias, tempo em que os pagãos (catecúmenos) se preparavam para receber o batismo no Sábado Santo, dentro da Solenidade da Vigília Pascal. Acompanhavam também os irmãos que tinham cometido pecados graves para retornarem à fé. Esse tempo era marcado pela penitência e oração, pelo jejum e pela escuta da Palavra de Deus. Eles eram os “penitentes”, os quais renovavam a fé e recebiam o batismo ou eram reintegrados à comunidade no Sábado Santo.
Na Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o tempo mais rico e profundo da liturgia. Na verdade, esse tempo, que abrange a Quaresma, Semana Santa e Páscoa até Pentecostes, é um grande retiro, centro do Mistério de Cristo e da nossa fé e salvação. Tempo privilegiado de conversão e combate espiritual, de jejum medicinal e caritativo. A Quaresma ainda é, sobretudo, tempo de escuta da Palavra de Deus, de uma catequese mais profunda, que recorda aos cristãos os grandes temas batismais em preparação para a Páscoa.
Toda a nossa vida se torna um sacrifício espiritual, que apresentamos continuamente ao Pai em união com o sacrifício de Jesus sofredor e pobre, a fim de que, por Ele, com Ele e n’Ele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado. Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial para cada cristão pessoalmente e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e termina com a noite da luz e do fogo, a noite santa da Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vamos refletir sobre os rumos de nossa espiritualidade até a Páscoa de Nosso Senhor Jesus, ou seja, a vida nova que o Ele tem para nós, os exercícios quaresmais de conversão. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas manda proclamar o Evangelho em que Nosso Senhor fala da esmola, da oração e do jejum, conforme Mateus 6,1-8. 16-18.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/quaresma/a-origem-da-quaresma/

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N Qual o sentido da celebração das Cinzas? n
A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja; marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus se sentar sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As Cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer; que somos pó e que ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19) para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa para não mais perecer.
A intenção deste sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma; e fazer-nos lembrar que não podemos nos apegar a esta vida achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.
A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o céu na terra”. É um grande engano. Jamais construiremos o céu na terra; jamais a felicidade será perfeita no vale em que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.
Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos, etc Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do cora­ção e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório nada eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai e assim tudo passa, tudo é transi­tório.
Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro? Com­pra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.
A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna, perene.
Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia”.
E isso mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.
Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).
A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração, de piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).
A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira di­mensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.
Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensarí­amos em Deus e no céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:
“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta uma vida junto d’Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não have­rá mais sol porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.
Aqueles que não creem na eternidade jamais se confor­marão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre so­nharão com a construção do céu nesta terra. Para os que creem a efemeridade tem sentido: a vida não será tirada, mas transformada; o corpo corruptível se revestirá da incorrupti­bilidade” (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.
Santa Teresinha não se cansava de exclamar:_Tenho sede do Céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Jesus sem restrições. Mas, para lá chegar é preciso sofrer e chorar; pois bem! Quero sofrer tudo o que aprouver a meu Bem Amado, quero deixar que Ele faça de sua bolinha o que Ele quiser.
São Paulo lembrou aos filipenses: Nós somos cidadãos do Céu!. É de lá que também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura (Fl 3, 20-21).
A esperança do Céu e da Sua glória fazia o Apóstolo dizer:
Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (1 Cor 2,9).
E essa esperança lhe dava as forças necessárias para vencer as tribulações: Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada (Rom 8,18).
Este é o sentido das Cinzas.

Fonte: http://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/quaresma/qual-o-sentido-da-celebracao-das-cinzas/

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N Carnaval, um teste para a liberdade e a fidelidade do cristão n

A alegria é uma necessidade básica do ser humano. Impossível viver para a tristeza. Os folguedos e festejos populares exibem, na convivência social, o caráter lúdico e folgazão próprios do ser humano. Povos, raças e culturas das mais remotas origens encontraram pretextos para divertir-se e festar. Se o Brasil é o país do carnaval, esse não é privilégio brasileiro.  Discute-se a origem. Em Roma havia festejos parecidos, em honra das divindades pagãs. Eram orgias com libertinagem desenfreada. Lá por volta de 590 d.C. a Igreja tentou pôr um freio moral. Daí teria surgido a palavra "carnaval", do latim "carne vale", ou seja: "adeus carne!". Era o início da Quaresma, e a carne era tirada do cardápio por 40 dias. No Brasil, "país tropical, onde fevereiro tem carnaval", a mídia e outras empresas roubaram a festa do povão. Mudaram-na para espetácu­lo turístico, onde se explora o erotismo, o apelo sexual e a licenciosidade desvairada.
Não há crise econômica ou social que impeça o reinado de Momo. Enquanto ele durar, tudo é lícito. E hora de fantasiar, pular, desfilar, desinibir-se e tudo o mais que alguém quiser imaginar como felicidade fugaz. Entra-se de corpo e alma no torvelinho das ilusões e dos instintos. Mas a porta de saída está logo ali, na quarta-feira de cinzas.
Aí todos voltam à vida real. Muitos voltam amargando penosas desilusões e arrependimentos. Rasgou-se a fantasia. A máscara foi jogada fora. Diga-se o que se disser do afã carnavalesco: arte popular, cultura e talento brasileiro, libertação das repressões: é hora de contabilizar prejuízos, perdas e frustrações.
O que pensar então? Excessos e abusos no carnaval, antes de serem transgressões morais, são atentados ao valor humano em si e nos outros. O comportamento moral cristão não obedece em primeiro lugar leis, costumes, padrões sociais de conduta. Segue antes a consciência, marcada pela liberdade e fidelidade que brotam da fé em Cristo.
Fé e consciência limpa são inseparáveis, também no carnaval! Tudo o que não procede da fé é pecado, ensina São Paulo (Rm 14,23). A fé é a luz que ilumina a consciência e a confirma nas convicções morais. É infantil perguntar: "é pecado pular carnaval?".
Quem se guia pela consciência do que é bom, digno e justo, possui um "faro moral". Sabe se posicionar, escolher e decidir: onde, como e com quem pular (ou não!) carnaval. Sem pular também a linha da moralidade sadia. Ou seja, no sufoco da folia salvará o bom senso natural. Ao invés de perder o senso moral irá defendê-lo das ilusões permissivas.
Não passa, pois, de preconceito às vezes de má fé , achar que a religião é contrária à alegria e leva à tristeza. O Evangelho é notícia alegre e feliz! Dele nos vêm as festas religiosas, as celebrações e solenidades festivas, as comemorações de datas e fatos históricos.
A alegria cristã é autêntica, simples e espontânea. Mobiliza os serviços de caridade e fortalece o ser humano em suas angústias e sofrimentos. Inspira todas as artes e os costumes sadios e nobres.
Nada disso se encontra nas diversões barulhentas, superficiais, cheias de dissipações e desregramentos morais. A alegria carnavalesca é em geral uma cortina de fumaça que esconde o vazio do espírito, o desencanto consigo mesmo, as frustrações da vida!
Apesar da folia contagiante nas ruas, quadras e salões, o fim do carnaval é triste. Não porque é o fim. Porque é alto o índice de acidentes com perdas materiais, feridos e mortos.
É bom refletir em tempo!
Autor: Pe. Antônio Clayton Sant´anna, C.SS.R. 

Fonte: Revista de Aparecida

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n Estrutura para os encontros n
Alguns aspectos são fundamentais na organização de qualquer encontro:
Objetivo a ser atingido ­ Diante do tema a ser trabalhado, devemos estabelecer um objetivo a ser atingido; algum ensinamento, atitude e/ou comportamento ao qual a criança/grupo deve chegar. 
Ambiente alegre e acolhedor ­ Incluir sempre músicas e atividades que promovam a integração.
Planejamento de todas as atividades de acordo com o tema central ­ Todas as partes do encontro (músicas, dinâmica, história, versículo a ser guardado, atividade prática, oração, etc.) precisam girar em torno do tema a ser trabalhado e devem estar encadeadas entre si. 
Tempo de duração ­ Estar atento ao tempo de duração do encontro, para que as atividades sejam bem distribuídas. 
Organização e preparo do material necessário ­ Separar e preparar com antecedência o material a ser utilizado durante o encontro.
Avaliação ­ Ao final do encontro, torna­-se necessário avaliar: se o objetivo foi atingido; se a mensagem foi bem compreendida; se as atividades e o material foram adequados; se o tempo foi bem utilizado... Tal avaliação será muito importante para a melhor organização do próximo encontro. 
Acolhida
É a hora do entrar no terreno. É a hora do sentir-se amado, querido, importante; do "Que bom, que bom que você veio!" Precisa ser sempre alegre, cheia de beijos e abraços, como quando recebemos os amigos.
Deve ser festiva , com músicas cheias de gestos e animação.
É importante que os pequeninos se cumprimentem uns aos outros; que verifiquem quem está faltando; que haja manifestação da falta que fazem aqueles que não compareceram. Afinal de contas, já formamos uma comunidade! Comunidade de Jesus! E lembramos bem do que diz o nosso Mestre: "Assim é a vontade do Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos." (Mt 18,14). Cada um é muito importante!
A oração inicial deve ser parte integrante da acolhida; onde agradecemos a Deus a presença de cada um e paramos para acolher, em especial, a Sua própria presença; convidando-O a permanecer em todo o encontro.  Uma oração simples, direta e objetiva;  sem  brigas  pelo  silêncio  absoluto.  É preciso que o catequista ore de fato. Sua atenção a Deus precisa ser maior do que a preocupação com a quietude de todos. Rezamos, também, a oração que Jesus nos ensinou (Pai Nosso).
Lembre­-se: Dependendo de como se sente acolhida, é que a criança deixará, ou não, alguém "pisar" no solo do seu coração!
Partindo do concreto: ­ É a hora de preparar o terreno. Observando as características desta faixa etária e seguindo o exemplo de Jesus, que, para falar do Reino, se utilizou da pesca, da rede, do fermento, da lâmpada, etc., todo encontro deve partir da experiência, do entendimento de algo concreto, que possa ajudar a criança a compreender, em seguida, o abstrato. Experiência concreta significa que a criança precisa ver, ouvir, tocar, entender como funciona, falar, etc. Pode ser através de um teatro de fantoches, de uma brincadeira, uma história bem contada e dramatizada, de um desafio a ser resolvido, do funcionamento de um aparelho, de um objeto, etc. A experiência concreta deve estar, intimamente, relacionada ao  tema principal do encontro; àquilo que se almeja como principal ensinamento do dia e se quer que fique guardado no coração.
Lembre­-se: É preferível que nos empenhemos em plantar bem um só ensinamento a cada dia, do que lançarmos vários, correndo o risco de que nenhum deles se aprofunde no coração.  
A chave: É a hora de cavar o buraquinho. Lembremos que a curiosidade é uma das marcas desta faixa etária! Trata­-se de uma frase; uma pergunta lançada, cuja resposta estará na Palavra de Deus a ser lida. Despertada a dúvida (ou, a curiosidade), esta será saciada pela Palavra de Deus. Jesus costumava fazer isto muitas vezes, lembra? "Quem dizem os homens que eu sou?" (Mt 16,13); "Qual destes foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões?" (Lc 10,36); "A que direi que é semelhante o Reino de Deus?" ( Lc 13,20); "Se um filho pedir pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra?" ( Lc 11,11) ... Depois de termos partido do concreto, lançamos para a criança uma dúvida ou, uma pergunta e apresentamos o livro (Bíblia) onde iremos encontrar a resposta. A resposta, na verdade, é aquele versículo, previamente escolhido, que gostaríamos que ela guardasse no coração.
Lembre-se: A pergunta servirá como um "abrir caminhos" para a Palavra de Deus.  
Semeando a palavra - Desenvolvimento do tema: É a tão esperada hora de plantar a semente! É ela que contém tudo o que a criança precisa saber e viver.
Não pode ser jogada de qualquer jeito, mas... com todo jeito, respeitando os limites de compreensão dos pequeninos.
É importante que seja apresentada de forma ilustrada (em quadrinhos, por exemplo) ou dramatizada. 
Tudo para que possa ser melhor compreendida: Quando não se tratar de uma passagem bíblica que conte uma história completa (Zaqueu, Jesus encontrado no templo, Filho Pródigo, Ovelha Perdida, etc.), devem ser tomados, no máximo, 2 ou 3 versículos, sendo traduzidas, sem distorção de sentido, as palavras mais difíceis.
É a hora de trabalhar mais claramente o tema do encontro. Tema que, na verdade, já vem sendo trabalhado desde o início nas músicas, na experiência concreta, no versículo escolhido...
Lembre-se:Quando o semeador saiu a semear, a semente era a Palavra(cf. Mc 4,14). A Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb4,12 a), não volta sem ter produzido o seu efeito (Is 55, 11b). Então, o que é que a criança precisa levar no coração? A Palavra. 
 "Experimentando orando!: É a hora de regar a semente. É o pedido a Deus, com música, desenhos, gestos, atitudes, etc., de uma experiência daquilo que a Palavra anunciou; do tema trabalhado.
No início, as pequenas orações devem ser conduzidas, até que as crianças se sintam à vontade e comecem a fazer orações espontâneas.
É a hora do Espírito Santo! É a hora em que falamos com Deus, através do verso de uma música, do oferecimento de um desenho ou de um gesto concreto. Algo que realmente faça sentido.  
Lembre-se:: Disse o Apóstolo  Paulo: "Eu plantei, Apolo regou, mas Deus quem deu o crescimento."(I Co 3,6). Apresentar e levar os pequeninos a este diálogo direto com Deus é fundamental.  
Atividade prática: É hora de abrir caminhos para os frutos.
Atividade que permita, de forma bem dinâmica e participativa, que a criança perceba que o que foi ensinado precisa ser vivido com os colegas, com a família, na escola, onde for.
Tais atividades podem ser de modelagem, recorte e colagem, desenho, ensaio de dramatizações ou músicas a serem apresentadas, construção de murais, maquetes, dinâmicas ou jogos...
Lembre-se:: O importante é participar e perceber que, cada vez que aprendemos algo com Jesus, uma atitude precisa ser tomada!  
Guardando de cor: Trata­-se de uma frase conclusiva. Uma frase que traduza aquilo de mais importante sobre o encontro e que precisa ser guardado de cor , ou seja, no coração.
Esta frase pode ser parte de um dos versículos lidos, o verso de uma música, parte da oração feita ou, sobretudo, uma conclusão a que um dos pequeninos chegou.
Com o tempo, esta frase deve ser escrita numa tira de papel e levada para casa, onde poderá ser colocada na porta da geladeira e, assim, evangelizar toda a família.
Lembre­-se:  A  evangelização  da  criança  precisa  ser  cultivada  pela  família,  porém,  muitas  vezes,  a evangelização da família começa pela criança. É preciso levar sempre algo para casa.  
Encerramento: A despedida também precisa ser alegre, com música e oração simples, de preferência, já decorada (Ave Maria, Santo Anjo...), pois, a esta altura, torna-­se mais difícil obter silêncio e concentração.
Se você lhe disser que conta com ela na próxima semana e que foi muito bom ter tido a sua companhia, a criança poderá voltar para casa mais feliz.

Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/catequese/precatequese/encontros/03.htm